Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) há 50 dias foram recapturados no começo da tarde desta quinta (4) em Marabá, no Pará. A prisão foi realizada por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal .
De acordo com as primeiras informações, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, foram localizados a quase 1,6 mil quilômetros de distância de Mossoró.
"Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento", informou a Polícia Federal em nota.
Ainda de acordo com a apuração inicial, os dois foragidos estavam em um comboio com três veículos que davam cobertura à fuga. Seis pessoas foram presas na operação.
O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, confirmou pouco depois, durante uma entrevista coletiva, que os fugitivos tiveram ajuda de outros criminosos para ir do Rio Grande do Norte ao Pará e que pretendiam sair do país.
Integrantes do ministério presentes na coletiva relataram, pouco antes do pronunciamento, que o clima da equipe da pasta era de alívio após a captura. A fuga de Rogério e Deibson foi a primeira prova de fogo de Lewandowski na pasta após assumir o cargo no lugar de Flávio Dino, que deixou o governo para assumir a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como foi a prisão dos fugitivos
A prisão ocorreu na BR-222, que corta o estado do Pará, e os fugitivos teriam chegado até lá após conseguirem sair do estado do Rio Grande do Norte através do Ceará. A interceptação do comboio foi realizada próximo a uma ponte que atravessa o Rio Tocantins.
As equipes policiais apreenderam com o grupo oito telefones celulares, um fuzil, munições, dinheiro em espécie, cartão de crédito e outros objetos. Também foram encontrados alimentos, água e roupas nos veículos.
Os fugitivos foram encaminhados para a sede da PF em Marabá e retornarão para Mossoró nos próximos dias.
A captura dos dois fugitivos ocorreu, ainda, seis dias depois da presença da Força Nacional ter sido desmobilizada no Rio Grande do Norte, em que o Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu não renovar o uso na operação.
À Gazeta do Povo, o ministério informou que, a partir daquele dia, a estratégia de busca aos fugitivos entraria em uma segunda fase, com foco em ações de inteligência -- embora com a manutenção de um efetivo considerável das polícias Militar e Civil no estado.
O ministério informou, ainda, que as ações de inteligência ocorriam no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), composta pelas polícias Federal, Civil, Rodoviária Federal (PRF), Militar (PM) e Penal, além da própria PRF.
Primeira fuga na história do sistema
Os fugitivos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da unidade de segurança máxima no dia 14 de fevereiro. Desde então, as operações de busca se concentraram nas áreas entre as cidades vizinhas de Mossoró e Baraúna.
A autorização para o uso da Força Nacional nas buscas foi concedida em 19 de fevereiro pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Um contingente de 100 homens e 20 viaturas foi deslocado para Mossoró para auxiliar nas operações.
As operações de busca mobilizaram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos avançados, além de mais de 500 agentes posteriormente, incluindo efetivo da Força Nacional e equipes especiais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
A fuga dos detentos ocorreu durante a madrugada após eles abrirem um buraco atrás de uma luminária no presídio e cortarem duas cercas de arame utilizando ferramentas de uma obra em andamento na área.
Durante a fuga, os fugitivos invadiram três residências e fizeram uma família refém. Segundo investigações da Polícia Federal, o Comando Vermelho, a que eles pertenciam, pode ter ajudado a financiar a fuga, pagando R$ 5 mil ao proprietário de uma fazenda para que auxiliasse na ocultação dos foragidos em sua propriedade.
Esta foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal criado em 2006, que inclui outras unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
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